domingo, 8 de abril de 2007

Larvas...

Fui ali bater as asas, volto outro dia!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Paixões

Sempre me apaixonei antes de amar.
Acho que com a maioria das pessoas acontece isso.
Mas é um problema, porque minhas paixões são para sempre, mas o sempre acaba. Sou intuitiva com os homens que amo, e sempre são situações em que observo suas atitudes, gestos, sorriso, olhar , corpo, maneira de falar e principalmente aquilo que falam, seus objetivos, conteúdos, gostos, interesses, mas na maioria das vezes à distância.
Raras as vezes em que deixei de amar à primeira vista. Alguns aceitam a intuição, outros me rejeitam como uma intelectual metida à besta e mais pra mais uma pseudointelectual, mas acreditem, são paixões para sempre. São sempre tentativas para a estabilidade e equilíbrio.
Tentativas absurdamente sérias, sem ferir ou machucar aquilo que considero o maior sentimento que temos: amar onipresentemente, onicientemente.
Antes de conhecer o sexo, os amores eram intocáveis, puros, quase bíblicos. O sexo me fez conhecer o amor através da paixão, desvendando a geografia masculina-feminina com seus vales, montanhas e abalos sísmicos em escalas de destruição em massa.
O tempo me fez desvendar mitos ou reconstruir pensamentos falidos. Alguns eram personagens da mitologia do amor, apenas existindo para a própria sobrevivência. Outros, que me atraíram por pura vaidade e inteligência, pois se revelaram cópias únicas de homens interessantes e idiotas o bastante que seriam impossíveis de serem clonados.
Na era do Orkut, a paixão pode estar num scrap, numa foto do álbum, numa comunidade, numa euzinha-na-micareta, ou num euzinho-no-banho tirando catota (meleca).
O Orkut é pura sedução. Acho até que a maioria coloca suas qualidades de maneira correta. Os defeitos nem todos colocam...pra que colocar os defeitos????
Algumas são corajosas e enfrentam publicamente os preconceitos contra a sexualidade, drogas, pensamentos políticos, etc.Já conheci casais que brigaram por causa do Orkut.
Já conheci casais que saíram do Orkut para não brigar. E já conheci grandes amores que aconteceram depois de trocas de mensagens.
E já vi muita gente ser feliz!

quarta-feira, 28 de março de 2007

A mais perfeita das perfeições




Finalmente eu vou te ver!!!!
Vou ver aquela que mais me amará.
Vou ver aquela que me fazia ficar de um lado para o outro dentro de um pequeno espaço.
Vou ver aquela que comia pizza e chocolate sempre que podia.
Vou ver aquela que estuda engenharia e biotecnologia.
Vou ver aquela que lutou e teve coragem, coragem para enfrentar, coragem para seguir e não me deixar, coragem de me dar carinho e amor e me fazer saltitar.
Quero chegar logo, abrir os olhos, ver essa mulher que tenho orgulho e que em breve, hei de chamá-la de MAMÃE.
Vou te acordar, todas as noites, nos próximos anos e vou fazer isso assim que notar que sua respiração parecer com quem acabou de ‘pegar no sono’. (E de sono eu entendo.)
Vou fazer aquele cocôzão bem grandão e não vou entender a cara feia que você vai fazer. Mas, juro que vou aos poucos fazer igualzinho.
Vou mamar muito! Durante horas e por muito tempo!
Vou fazer de tudo para não ficar doente, pois não quero vê-la preocupada.
Vou dar aquele arrotão, mamãe, toda vez que terminar de mamar. Mas, não vale brigar comigo quando eu fizer isso na mesa e nem na frente das suas amigas.
Vou chorar um pouquinho quando tiver com fome.
Vou continuar chorando quando tiver “sujinha”.
E também vou chorar para fazer charme.
E sei que no início você não vai entender qual o choro disso e qual o choro daquilo.
Mas, com o tempo você há de entender todos os choros, todos os sorrisos e todos os meus olhares.
E também não vou entender quando você me olhar e falar (quase gritando): "NÃÃÃÃÃOOOO, JULLIANA DE CASTRO!!!!!". Mas pela sua cara engraçada, eu vou continuar fazendo até começar a perceber que não é pra fazer aquilo.
Vou jogar futebol, fazer inglês, francês e alemão.
Vou fazer balé, também! Natação e defesa pessoal!
Vou usar rosa até enjooar! Vou estudar muito mamãe! Vou querer ser igual a você. Só que com mais juízo, por mais que eu ainda não saiba o que isso significa.



E eu, prometo, mamãe, que vou te amar muito! Vou sim!



Chegueeeeiiii, mamãe!!!!
Com 48 cm, 3.520Kg e com o nariz igual ao seu!!!! E o pé também!

Podem falar que é muito cedo para falar o quanto somos parecidas, mas vou mostrar pra esse povo todo que tudo isso é verdade! Somos iguaizinhas: Somos mãe e filha, uma mais linda que a outra!





*Julliana de Castro Silva, nasceu dia 08 de Março de 2007, na Maternidade Benefeciente Portuguesa, em Manaus-Am, às 14:48, medindo 48 cm, pesando 3,520Kg, bem cabeludinha, quase sem sombrancelha e com olho de cor azul!



- E vai ser a garota mais linda, mais inteligente, mais perfeita desse mundo! E claro, que vai ser bem mimada... Mas, até uma certa idade... Assim esperamos! rs



Nós te amamos muito Jujuba, da sua Titiaxxxiii "desnaturada" Lays! =]



segunda-feira, 26 de março de 2007

Ti por mim. Mim por ela.

Tá tudo tão perto ...
E enquanto pisco, em um segundo faço coisas que quero ...
E quando abro os olhos as quero mais ainda!
Me sinto confusamente determinada!
Sou é um amor de pessoa, um tanto maluca, um tanto confusa, um tanto feliz, um tanto triste...
Acordo ciumenta e possessiva, mas sempre extremamente sincera!
Falo pelos cotovelos, tudo é motivo de piada! Tudo é motivo pra lágrimas!
Quero todas as COISAS, quero tudo! Sou totalitária!
Penso, dispenso, repenso!
Em outros momentos, consigo tudo! Em outros, não arredo o corpo da cama.
Dou risada sozinha, choro em frente ao espelho...
E converso com o espelho. Em um divã entre ti, comigo. Eu, consigo.
Estou em todos lugares, outrora não estou nem dentro de mim mesma.

Invisto em tudo... reviso as lembranças...
Sinto saudade do que não aconteceu, vivencio o que vivi.

Vasculho tudo que guardei, em uma caixinha de sapatos.

Quem sou ela? Ela?
Quem será ela?
Quem foi ela?
Nada sei!
A todo momento tudo sabemos!

Amei pessoas que nunca vi!
Amo umas que nunca existiram.
E amo tantas outras que existem e nunca as vejo.

Como seria possivel?

Uns dizem que isso não existe!
Mas é como se eu deixasse de amar, todos aqueles que já morreram!

domingo, 25 de março de 2007

Entre o real e o abstrato

Sábios seríamos se pudessemos compassar a dose perfeita do antes e do depois. Por motivos muitas vezes adversos ao nosso entendimento, as "coisas" tomam caminhos desconhecidos, que acarretam reações mais desconhecidas ainda.
Falamos ao vento, que ecoa por corredores sombrios e como tenho medo desses corredores, chego a apressar o passo para logo sair deles. Mas em meio a estes corredores sombrios, o fúnebre silêncio por lá assola.
Não ouço uma sequer voz, um sequer barulho.
As bocas mexem-se, mas nada soa.
Os sussuros só fazem parte da memória.
Memória essa que lembra de tudo ou de quase tudo, conforme sua importância e significância.Tudo me é muito importante, desde aquela formiga que tive que esmagar por falta de cuidado ou por não ter onde pisar, até aqueles que por ventura magoei e machuquei, tal como a formiga...
Temo por tudo que lhes fiz, no mais, se eu não fizesse alguém o faria.É a lei natural das coisas e ninguém pode revertê-la. Nem sei se isso vem a ser uma singela "DESCULPA" ou algo do gênero.
Mas, bem verdade é que seguimos cada um por um caminho cheio de percalços e alguns êxitos: o caminho da felicidade plena. Nunca iremos alcançá-la e por isso a procuramos tanto. A felidade nada mais é que a busca pelo Eldorado.
Incessante busca.
Por vez e outra, tomamos caminhos que não vão dar a lugar algum, ou pelo menos o horizonte não nos mostra nada límpido e quem sabe por isso, aproveitamos somente aquilo que nos é visível aos olhos e aquilo que não vemos é o que mais desejamos. Desejo desenfreado e previamente sensato.
Saudade sentimos de tudo e de todos que suas ausências ja são mais notórias que as lembranças que com os quais compartilhamos.
Domingos sempre foram tédio por sua totalidade e quando essas ausências somam-se a esses dias de total tédio vem o banzo, a melancolia e etc e etc e afins.
Bom seria ter uns lápis-de-cor, fazer, pintar e colorir a minha vida, a sua vida.
E assim, eu seria mais totalitária que sou.
Mas, creio que assim todos nós seríamos felizes.
Em algum Eldorado imaginário...
Mas, seríamos....

quarta-feira, 21 de março de 2007

As ondas do mundo

Mamãe, quando sair da faculdade vou para o Hawaí.
Pegar umas ondas de 18 a 25 metros, para poder saber quem sou eu.
Descobri que não preciso de muito dinheiro, só preciso chegar lá, ter umas roupas mais-ou-menos e uma prancha.
Me dá uma prancha de aniversário? Diz que sim, mamãe!
Dizem que lá, o Oceano é capaz de fazer coisas que ninguém nunca conseguiu. Seria o oceano um gênio?!
Mas é bom que ele crie essas coisas mesmo e que ninguém consiga copiá-lo, pois a humanidade na busca desenfreada por alguma coisa que ainda não descobri ao certo para que serve e qual a finalidade de quere-la tanto, acabam ficando sem nenhuma consciência moral. E nessa busca incessante pela riqueza e “prosperidade” criamos coisas que vão nos destruir: nosso eu mesmo.
Ultimamente todo mundo fala em “AQUECIMENTO GLOBAL” e blá blá blá...

E há Ong’s que massacram toda e qualquer corporação, pois acredita-se que estas não tenham visão ambiental.
É irônico pensar que depois do ocorrido de 11 de setembro, muitos economistas e de certa forma, o mundo inteiro indagou: “Quanto e o que foi perdido ali?!”.
Não há apenas uma questão financeira e N vidas que por ali ficaram, mas todo dia o mundo está se absorvendo e ninguém olha direito para este lado ambiental.
As mudanças são visíveis. Há mais de um mês não cai uma gota se quer na capital fluminense e ao lado norte do país, quando esta época sempre foi caracterizada por chuvas e grande percentual pluviométrico, mas o que há agora é inconstância de chuvas.
Tudo isso vem de um só lugar: eu, você, todos, têm culpa no cartório.
Consumimos demais, gastamos demais, tudo e qualquer coisa!
Mas, somos fracos e alienados para tantas propagandas. Mas seria ético viver nessa sociedade que tantos nos aliena, nós, pobres marionetes de mercado?!
É mais visível acreditar que não há ética alguma nisso tudo e que alguns acreditem que um dia tudo que pretendem será conseguido, lhe pertença por “direito”.
E esse poder dá direito de ir e vir e tudo que for para ser verdade, será verdade, pois acreditaremos nesta verdade que nos é imposta. Tudo é muito vinculado, manipulado e nem tínhamos que estranhar tanta artimanha em pleno século XXI.
Afinal, estamos na era Capitalista. E até os que eram os mais dignos deixam que este pensamento lhe fomente a mente e lhe faça o mais corrupto.
É... E é por isso que eu vou pro Hawaí descobrir quem eu sou. E se não conseguir esta descoberta logo, quem sabe eu descubro minha cadeia genética e de todos meus antepassados e vendo para algum desses “DONO DO MUNDO” e compro uma prancha nova!

terça-feira, 13 de março de 2007

Olhos de chuva

Inseguro, todo mundo é!
Atire algo (de preferência bem leve), o ser que não for.
Insegurança é a auto-defesa do ser para tudo aquilo que mostra-se não conhecido. É algo de instinto, que perdura por toda humanidade e tampouco irá cessar.
E quando temos um chão firme para caminhar, as dúvidas dissipam-se como o cheiro de pão de queijo que sai do forno e como o perfume que sai do spray para o corpo.
Passamos por várias cenas ao longo da vida (e nem precisa ser tão longa assim), para vivenciarmos percalços e êxitos e como ostras, nos fechamos e ficamos tarjados como “OSTRACILDOS”. Mas, alguns preferem serem intitulados como “pé atrás”, “precavido” e etc. e afins.
Quando pof!

Tudo muda, tudo volta...
E em um espelho a sua frente, você verá as melhores cenas da sua vida. E pode mudar o roteiro, passar a mão nesse vidro embaçado que a água quente do chuveiro o fez ficar túrvido.
Olhar para trás e gostar do que ver, é um momento nostálgico.
Incomensurável, pode-se intitular.
Olhar a frente e ver que o horizonte nem é tão invisível assim, apesar da neblina. E assim e saber que pode-se caminhar com olhos fechados, com os pés livres e descalços e notar que a vida tem trilha sonora e não é uma trilha que você escolhe, mas um caminho que você há de passar várias vezes, mas as ruas não serão mais as mesmas.
Passear pelas ruas nunca vistas, onde tudo de mais anormal parece simplório.
Onde a liberdade é um lugar estreito e que logo o paraíso começa e termina em consolação é só uma piadinha infame e de pouco entendimento.
Vamos! Venhamos! Vejamos e ouçamos a chuva que cai na calha e deságua e faz com que os vidros secos sejam tão belos molhados... Gotas de chuva em vidros molhados muito assemelham-se aos olhos lacrimejantes.
Os olhos tristes que partem quase sempre são aqueles que pouco repartem e que por sua vez, muito lacrimejam... A idéia de surpresa temos para o bem, mas amargo é quando nem tudo sai como planejávamos fazer.
E assim, a dor é apenas o doce amargo que sempre sobra e por motivos de gula, sempre acabamos tendo que ingeri-lo.
Contudo, musse de limão é um tanto azedo e nem por isso deixamos de degustá-lo e fazer a colher de sopa cheia de musse, ficar "sambando" entre a língua e os dentes.

sábado, 3 de março de 2007

Desprogramada Saudade

Tic tac
Tic tac
Tic tac
O relógio marca X hora, mas não usamos mais relógios.
Relógios escravizam, tal como qualquer aparato tecnológico e que usamos na fiel idéia de nos organizarmos.
E quanto mais pensamos nesta idéia, mas ela nos foge de controle.
Sejamos mais desorganizados, então!
Façamos que a desordem nos entranhe e assim, possamos nos permitir.
Permitirmos viver...
Viver sem programar, sem saber o que virá.
Saber que um minuto é importante, mesmo você sabendo que ele passa rápido demais e que café, pão e queijo é um café da manhã rotineiro e que temos que passar por base de 20 minutos mastigando-os.
Saudades tenho de abrir a geladeira e ficar lá, sentada.... E comendo geléia de mocotó.
"Saudades sinto... Não pela falta, que me é evidente, mas pelo fato da importância dos acontecimentos e das pessoas que fazem tais acontecimentos, únicos!..."
Não me é importante o ontem, mas o "e depois?!"
Não seria apropriado dizer que não penso em nada, o silêncio do vizinho diz tudo.
Diz o que as palavras são incapazes de transmitir.
Diz que a roupa no varal já secou e que nem mais posso ouvir o som do vento balançado a toalha da mesa, que tem os farelos do pão do café da manhã.
O tempo passa... Muita coisa acaba mudando, mesmo que não tenhamos programado tal mudança.
As coisas voam, outras perdemos...
Nem precisamos pensar no que previamente perdemos, mas o que com êxito ganhamos e quando na verdade, nem quer-se-ia ganhar... E quando ganhamos, não queremos mais nos desvincular.
A melhor vitória é essa!
O melhor gosto é o gosto do que nunca gostamos ou que pelo menos, não tínhamos conhecimento do gosto gostoso.
O desprogramado nos permite isso. E por que, não nos permitimos desprogramar?!
O cotidiano é demagogo e chato...
Contudo, os olhos que aqui mostram-se, mostra uma visão que muda a cada piscar de verde oliva.
No mais, não podemos viver em tanta desordem...
E por isso, acabamos nos contradizendo.
Essa é a parte da surpresa...
Contradizer-se, quando nem sabia-se o que dizer e mais uma vez, somos levados ao desprogramado...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Caixinha de Sapatos

Ligo o rádio, ouço melodias, barulhos e vozes.
Barulhos irreais, marchas fúnebres.
A TV está fora do ar e logo agora que estava passando a reprise dos melhores momentos da minha vida, que estavam dentro da minha caixas de sapatos.
E essas caixa de sapatos, sempre soam sem utilidade.
Mas, é lá que sempre ficam os melhores momentos dessas reprises e só dentro dessa caixinha de sapatos, somos realmente felizes.
Os barcos movem-se sem maré e afundam-se em um copo de café puro e forte e os tripulantes descobriram que creme de morango é ácido. Bem ácido na verdade!
Algumas coisas são complicadas, complicadas por si própria e ainda encontramos icognitas ambulantes e que são como metástase de pontos de interrogação.
O mundo está tornando-se cada vez mais inabitável e estou tornando-me cada vez mais uma ratinha...
Ali, escondida, esperando as sobras.
Vem!
Que o teu encanto, canta no meu canto...
E assim, te encanto e estaremos ali naquele canto...
Mas, o canto do canto já nem tem tanto aquele canto do encanto.
E a que hora de sair do canto?!
Caminhando para pensar, pensar para caminhar e prosseguir, sem barco e sem bicicletas.
Talvez com uma “Rural” ou até mesmo com uma caixinha de sapatos, debaixo do braço e que lá poderá ser encontrado algo que seja útil para cessar algumas interrogações ou administrar novas interrogações.
Todo dia tem tudo pra ser igual.
As horas são iguais, os ruídos, os carros e ônibus passando, um na mão do outro, vezes na contra-mão, tal como cada um de nós.
Viver na contra-mão é algo que nos enfeitiça e que nos transforma em seres sublimes, curiosos ratinhos de laboratórios e por isso ficamos ali, sempre esperando uma sobra.
Qualquer que seja.
E que assim seja, como o desprogramado programar.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Páginas amareladas

Sebos sempre me foram instigantes.
O cheiro de páginas amareladas que imitam a vida e a vida que ironicamente plageiam as páginas amareladas.
O dia inicia-se com toda sua áurea, o sol vai raiando, vento gelado em um sol de 40C que vai passando, a hora do almoço passa e com ela a fome dissipa-se, corpos suados, ósculos por toda extremidade sensitiva, borboletas nos perseguem, nos rodeiam e nos instigam, quase sempre de forma “bizarra” e nos levantam alguns questionamentos.
Será que tudo já estava ali, entrelaçando nossas saias e calças?
Ou só nós estávamos de passagem?
Tal como aquelas páginas amareladas que o tempo foi transformando-as, descolorindo-as e deixando-as com aquele cheirinho de tempo passado.
Ali!
Estagnadas naquelas prateleiras empoeiradas, onde geralmente esperam por um assíduo e curioso alfarrabista.
Mas, como uma dessas páginas amareladas, prefiro nem prever que serei levada para casa e que serei folheada e que anos mais tarde, eu provavelmente volte para o mesmo mostruário. Ou um novo mostruário, pois talvez os mesmos olhos me percorram, mais uma nova visão me veja.
Geralmente ficamos amontuados sobre tantas e tantas outras prateleiras e há algumas revistas antigas e que já caíram como obsoletas, mas sempre há uns olhos sendo nossos fiéis cúmplices. Olhos esses desatinados e volupiosos pensadores, aos pares.
Na minha contra-capa encontra-se algo escrito com toda a liberdade de ação e assim tento salvar-me em tal, para assim existir:
“Se pensar, não faço! Hei que deleito-me ao ‘não pensamento’, na fiel idéia da incessante busca pelo devaneio da vida...”

domingo, 11 de fevereiro de 2007

O filme repetido da vida de alguém

Estava plantando sementinhas de ervas daninhas, vi que umas gritavam.
Um grito fúnebre em meio ao silêncio, silêncio que ecoava e alastrava-se.
Penetrava toda a sombria áurea daquelas daninhas.
Danadinhas elas. Não! Calminhas, muito calminhas.
As dores que ninguém nunca sentiu, estavam naqueles sentimentos daquelas daninhas e eu jurei que fosse o fim o do mundo, daquela tarde de domingo.
Que nada!
Era só o íncio de todas as outras tardes de domingo que têm por sua contextualidade um tédio, uma folha de papel em branco, uma música ao fundo e um punhado de letras, que formam palavas, que tais palavras articuladas servem de individualidade...
Pois sabemos que devorar uma barra de "Cruch" não resolve, mas assistir o filme repetido da vida de alguém nem é tão tediante quanto parece.
Em grande parte é mais um filme repetido que retrata o mundo nu e cru! E como gosto deste mundo e como sou adepta a ele.
Ah sim! Pode não parecer. Mas é fato.
Choro, sorrio, esperneio, mordo, beijo, canto e por fim, sempre acabo vendo o mesmo filme: “O filme repetido da vida de alguém...”
Filme do João, da Maria, da Antônia, do José, meu, seu e de quem quiser. Jamais, nosso!
Somos individualistas e sabemos disso. Poucos assumem, de fato.
Por quê?! Porque é feio ser egoísta.
Feio nada! Feio é meter o dedo dentro do iogurte dos outros e penetrar com nossas bactérias, no intestino alheio.
A individualide é saber que somos alheios aos destroços do mundo e por isso estamos sãos e salvos!

O sentimento de pusilanimidade é constante em todos, poucos sabem.
Enfim, tá tudo fechado! E ninguém abre a porta!
Ufa!!! Que bom! Não quero que ninguém veja a bagunça que é aqui dentro e nem quero que vejam meu cemitério que já tem dois corpos e tampouco quero que vejam que uso roupas amarelas em velórios. Mas, no meio dessa individualidade, sabe quem tá lá dentro, sempre perto demais?!
Todo mundo! Estar perto demais é ter desdém e nem ficar esperando o “happy ending”.
Sabemos que as pessoas traem e são traídas e que mentem e quase todo mundo faz vista grossa, dizendo: óh... isso é errado e blá blá blá e trololó....
As pesosas tinham de ser livres, independentemente livres. Mas, ficam procurando um toquinho pra amarrarem sua corda, tal como tenho procurado fertilizantes para minhas ervas daninhas pararem de ressoar aquele fúnebre silêncio.
Outras almas penadas assolam meu sótão de memórias boas, mas que ficarão ali estagnadas.... Paralisadas, pois serão eternas até o piscar passado.
Tudo tem no mercado!
Tudo tem no dicionário!
Tudo tem na sua vida, na minha, na de qualquer outrem.
Nem precisa entender, por fim tudo é uma coisa só:
“O filme repetido da vida de alguém e ponto!”

*Telescópio de lado, vendo a vida ao vivo.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Anseios

Quero beijo com gosto de fruta mordida
Quero sorvete, bombons, balas, chocolate e "Nescau"(mesmo não gostando muito)
Quero acordar com o cabelo desarrumado
Quero acordar com remelas e
Quero rir de mim, quando olhar-me no espelho
Quero saber zilhões de coisas
Quero esquecer outras duzentas
Quero adormecer com um livro sobre o seio
Quero dar um cheiro em minha mãe todo dia
Quero ficar rindo do meu primo a cada "pérola"que ele falar
Quero ser menina
Quero ser tia
Quero ser mãe (um dia) para saber o que é AMOR de verdade
Quero ser mulher eterna
Quero ser dócil, meiga e brava
Quero ser mandona, mas maleável
Quero esquecer que dói ser assim
Quero sentir cheiro de alecrim
Quero ter gosto de canela em todo meu corpo
Quero inspirar conhecimento e
Quero expirar sabedoria
Quero dissipar a dor
Quero evitar a morte na fiel inocência de poder anulá-la
Quero ter conhecimento de que ela existe e
Quero não tornar-me amarga por saber que ela me aguarda
Quero admirar orquídeas todos os dias
Quero sentir o cheiro de planta molhada
Quero todo dia quebrar um prato
Quero sentar no banco da praça e sorrir para uma criança qualquer
Quero tomar banho de chuva
Quero andar de bicicleta na chuva
Quero tomar banho e cantar no chuveiro músicas erradas em francês
Quero chegar de madrugada e pular na piscina de roupa
Quero beijo de gotas
Quero abraços apertados até ficar ofegante
Quero chorar de rir
Quero sorriso a toda hora
Quero fotos de estranhos espalhadas em minha casa
Quero fotos de amigos e constatar que viver até ali, valeu à pena
Quero andar até as pernas cambalearem
Quero não ter pressa e não atravessar a rua correndo
Quero sentir o vento percorrer meus cabelos, braços e pernas e por fim, senti-lo tapear o rosto
Quero não fechar os olhos
Quero fechar os olhos e viajar
Quero falar sem parar até a garganta secar
Quero água
Quero sentir-me assim: VIVA!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Elocuções


Quiçá
Plausível
Iconoclasta
Desvelo
Devaneio
Desatino
Quimera
Ímpar
Sucinto
Ósculo
Volúpia
Desconcertante
Instigante
Fomento
Exímia
Apogeu
Propensão
Limiar
Aurora
Acaso
Ocaso

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Delírios surrealmente reais

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Pseudointelectual?! Nem pra tanto!
Metida à besta?!Quase isso!
Arrogante?! Um titinho!
Soberba?! Isso! Na medida!
Irônica?! De sutilmente à totalmente!
Tudo isso e muito mais!
Nenhuma descoberta que vc venha fazer, será novidade!

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"Tem a hora certa pra pessoa certa.
Tem a pessoa errada pra hora certa (E que faz bem).
Tem até a pessoa certa pra hora errada!
O que a vida mais tem é surpresa, o desprogramado.
Assim, desprogamados e desfragmentados!
Sim, sim...Suspiros!"

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Reconheci um desconhecido outro dia, ele me conquistou com 1/2 dúzia de palavras.
Tava olhando pro espelho, ele quebrou! Terei 7 anos de azar!
O gato preto roçou minhas pernas, a escada caiu em cima de mim!
O jarro quebrou do meu lado, as orquídeas morreram na hora.
Ainda tentei levá-las a CTI, mas não resistiram as tadinhas.
O velocímetro, marcava 0,000001 m/s.
A velocidade era da luz! Juro! Marte é repleto de hidrocarbonetos e afins, aminóacidos, que formam proteínas, tecidos, sistemas e órgãos... Haverá vida inteligente em Marte?!Atravessamos a rua, eu e o desconhecido! Fui atropelada por um patinete de um cego ratinho de laboratório que custa 200 doláres. Mas, ele estava com sua turminha de ratinhos de laboratórios com genes modificados e tinha uma cadeia de RNA quase toda com DNA de humanos!
Eles me falaram tudo isso, enquanto o desconhecido era levado para o bar mais próximo, para juntos ouvirmos músicas que nem sabia que existiam.
Tomamos água torneral, cheia de amebas... tinha gosto de chá de maçã. E aconteceu um milagre! O ratinho de laboratório, recebeu uma córnea de uma avestruz, que já não queria mais ouvir nada. E logo que o homem inventou a roda, Deus, Oxum, Alá, Zeus ou quem quer que seja, inventou o freio. E toda roda tem freio, mas nem todo freio funciona.
Os leões estão perdendo seu habitat.
Outro dia, encontrei um papeando com a osga do meu quarto.
Eles estavam combinando de assistir, algum filme, onde o amigo azarador pagaria o cinema. Mas, o meu prédio tava incendiando, não podiam usar as escadas...
A osga tinha medo de escadas, devido os meus 7 anos de azar, preferiram ir de elevador.
O leão tinha clastofobia, então a osga muito inteligente, o vendou.
Os mosquitos são primos das moscas! Eles até andaram acasalando com as abelhas, só que andaram cantando desconhecidas viúvas aranhas, que não matavam seus maridos...
Recessivamente os albinos um dia olharam para os dominantes e encontraram desconhecidos termos de trigonometria....
Mas, meu quarto foi detetizado e um dia quem sabe, e eu hei de saber...
Todos somos felizes para ontem!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Visões

Cheguei aos 20!
Grande coisa!
Já vi tanta coisa em duas décadas e em 1/3 de memória.
Aos 3 anos, vi meu primo (mas o melhor emprego seria meu irmão) cair, ser internado e falecer dias depois e ainda quando criança tomei ciência do que é nunca mais ver alguém.
Vi o homem mais íntegro, padecer sob o sol nordestino.
Vi minha mãe, por várias noites, tossindo.
E tmb me vi, com dores, em outras noites.
Vi um analfabeto ser empossado duas vezes, em menos de 10 anos.
Vi vários ditadores serem julgados, inclusive vi o Sadam sendo enforcado, o Pinochet morrendo sem julgamento.
Gostaria de ter visto o Hitler morto, mas tecnicamente ninguém viu.
Queria saber algo sobre o Stálin, mas nunca procurei nada a respeito.
Queria ter visto também o Mussolini sendo fuzilado.
Soube também que o Che foi morto, mas o tenho como um cara legal.
O Fidel, esse vai ver o mundo morrendo e no final das contas o carbono 14 vai nos ser muito útil.
Vejo o que o mundo inteiro vê e envergonho-me de ter que fechar os olhos e tentar esquecer algo sobre Rhuanda.
Vi que estudei um tanto nos últimos meses e vi também que não perdi tempo, mas deixei de aproveitá-lo em alguns momentos.
Recentemente conclui que se o Freud é o pai da psicanálise, Breuer pode ser considerado o avô da própria.
Nos últimos anos, me amontuei de livros e grande parte os li, outra parte ficaram de enfeite e alguns emprestei na fiel esperança de tê-los novamente.
Vi mais um bocado de coisa, nesse 1/3 de pseudosabedoria e hoje tenho de usar lentes corretivas -0,25 D/ -0,50 E.
Mas, não me recordo se são côncovas, convexas ou planas.
Quero não sofrer esclerose ou Mal de Elzheimer para daqui alguns outros N terços de vida, possa eu lembrar sumariamente disso tudo.
E você, o que viu?!