domingo, 11 de fevereiro de 2007

O filme repetido da vida de alguém

Estava plantando sementinhas de ervas daninhas, vi que umas gritavam.
Um grito fúnebre em meio ao silêncio, silêncio que ecoava e alastrava-se.
Penetrava toda a sombria áurea daquelas daninhas.
Danadinhas elas. Não! Calminhas, muito calminhas.
As dores que ninguém nunca sentiu, estavam naqueles sentimentos daquelas daninhas e eu jurei que fosse o fim o do mundo, daquela tarde de domingo.
Que nada!
Era só o íncio de todas as outras tardes de domingo que têm por sua contextualidade um tédio, uma folha de papel em branco, uma música ao fundo e um punhado de letras, que formam palavas, que tais palavras articuladas servem de individualidade...
Pois sabemos que devorar uma barra de "Cruch" não resolve, mas assistir o filme repetido da vida de alguém nem é tão tediante quanto parece.
Em grande parte é mais um filme repetido que retrata o mundo nu e cru! E como gosto deste mundo e como sou adepta a ele.
Ah sim! Pode não parecer. Mas é fato.
Choro, sorrio, esperneio, mordo, beijo, canto e por fim, sempre acabo vendo o mesmo filme: “O filme repetido da vida de alguém...”
Filme do João, da Maria, da Antônia, do José, meu, seu e de quem quiser. Jamais, nosso!
Somos individualistas e sabemos disso. Poucos assumem, de fato.
Por quê?! Porque é feio ser egoísta.
Feio nada! Feio é meter o dedo dentro do iogurte dos outros e penetrar com nossas bactérias, no intestino alheio.
A individualide é saber que somos alheios aos destroços do mundo e por isso estamos sãos e salvos!

O sentimento de pusilanimidade é constante em todos, poucos sabem.
Enfim, tá tudo fechado! E ninguém abre a porta!
Ufa!!! Que bom! Não quero que ninguém veja a bagunça que é aqui dentro e nem quero que vejam meu cemitério que já tem dois corpos e tampouco quero que vejam que uso roupas amarelas em velórios. Mas, no meio dessa individualidade, sabe quem tá lá dentro, sempre perto demais?!
Todo mundo! Estar perto demais é ter desdém e nem ficar esperando o “happy ending”.
Sabemos que as pessoas traem e são traídas e que mentem e quase todo mundo faz vista grossa, dizendo: óh... isso é errado e blá blá blá e trololó....
As pesosas tinham de ser livres, independentemente livres. Mas, ficam procurando um toquinho pra amarrarem sua corda, tal como tenho procurado fertilizantes para minhas ervas daninhas pararem de ressoar aquele fúnebre silêncio.
Outras almas penadas assolam meu sótão de memórias boas, mas que ficarão ali estagnadas.... Paralisadas, pois serão eternas até o piscar passado.
Tudo tem no mercado!
Tudo tem no dicionário!
Tudo tem na sua vida, na minha, na de qualquer outrem.
Nem precisa entender, por fim tudo é uma coisa só:
“O filme repetido da vida de alguém e ponto!”

*Telescópio de lado, vendo a vida ao vivo.

7 comentários:

Anônimo disse...

É ... a vida é assim ... Nada é novo!
Paciência...
Continua escrevendo belos textos.
Mana, te amo infinitamente e eternamente ...

Anônimo disse...

Creio que a individualidade existe tanto, que o mundo tá essa desgraça.As coisas devem ser medidas e equilibradas.Tudo tem seu momento.

Anônimo disse...

Sempre um eterno filme repetido...
mesmo que sempre acreditemos e torçamos, às vezes or um fim exatamente igual... às vezes por um fim totalmente diferente...

infelizmente essas coisas fogem do nosso controle...

um bjão e um abraço bem forte
Tchau Moranguinha!

kkz disse...

No filme existencial do ser humano, vida e morte se fazem parceiros. Onde a vida é um roteiro que não permite ensaios e a morte é o fechar das cortinas sem claques!

Anônimo disse...

Precisa dizer que adorei?

Anônimo disse...

É tudo culpa desse estagnismo peculiar alterado na insuficiência dos membos pseudo-intelectuais, ou seja, pura merda. Sejamos sensatos, seu equilíbrio emocional decorre do desequilíbrio espiritual dessa farsa cinematográfica. Que coisa, não?

Anônimo disse...

É tudo culpa desse estagnismo peculiar alterado na insuficiência dos membos pseudo-intelectuais, ou seja, pura merda. Sejamos sensatos, seu equilíbrio emocional decorre do desequilíbrio espiritual dessa farsa cinematográfica. Que coisa, não?